11 de outubro de 2012

MINHA AMIGA PRATICA YOGA, EU TAMBÉM! – PARTE DEZ


HUMBERTO MENEGHIN


Posso confessar que fiquei muito impressionada com a primeira parte da palestra proferida pela Mestra Indianira Santhi Ma. Que Luz! Que presença! Sua candura contaminou meu coração. Quero me tornar a sua discípula! Devota?! Não sei! Suas palavras sábias couberam certinho para mim, tudo o que eu realmente precisava ouvir neste momento tão atribulado da minha vida. Então, fiquei sabendo pela Simone que Arnoldo, o servidor da minha querida Mestra, estava agendando encontros particulares com a ela. Que dádiva poder estar com a minha Mestra pessoalmente! Já pensou? Dei o meu nome e marquei um horário para falar com ela; mas quando soube que a doação mínima para o encontro de meia hora era de R$ 450,00, fiquei atônita! Como! R$ 450,00? Pensei que o encontro fosse gratuito!




Não importa, quero mesmo vê-la, falar com ela, preciso desse aconchego e eu vou pagar por isso, aliás ela é uma Mestra, contribui com muitas ONGs, ajuda muita gente e o dinheiro que vou doar na certa será para essas entidades.  Acho que o sacrifício vai valer a pena. E, estar pertinho da minha Mestra para receber seus conselhos, vai ser um momento muito importante para mim.  Será que a Claudinha pagaria esse preço? Dane-se a Claudinha! Não somos mais amigas! Quando souber que eu agora tenho uma Mestra, vai se arder de inveja.

A Simone e mais uma mulher obesa que carregava uma bolsa da cor coral no ombro esquerdo fizeram o mesmo, também agendaram encontros com a Mestra. Foi então, que percebi que por trás delas uma pequena fila tinha se formado, com mais gente interessada em marcar um horário. Ainda bem que fui a primeira! Meu encontro já está mais do que garantido. Só falta pagar os R$450,00; Arnoldo disse que eu posso pagar no dia do encontro, mas se não comparecer meu nome vai entrar para a lista negra daqueles que jamais na vida poderão ter outra oportunidade para falar diretamente com Mestra Indianira Santhi Ma.


Kika, a amiga da Simone que assistiu a palestra com a gente, disse que de jeito algum desembolsaria um valor tão alto assim para conversar pessoalmente com Indianira Santhi Ma. Azar o dela, vai se arrepender de montão por privar-se de palavras sábias.


Depois que a Simone agendou seu horário, passamos para o salão contínuo, onde aquela moça que deu um depoimento emocionante no começo da palestra, a Nandinha e outras três pessoas, vendiam livros escritos pela Mestra, camisetas, fotos, posters, mensagens, velas, incensos, símbolos do Om e uma boa variedade de lembrancinhas. Fomos até lá dar uma olhada e acabei comprando o livro “Sabedoria Expressa”. E a Simone sugeriu que eu abrisse uma página qualquer do livro e lesse a mensagem que viria para mim. Fiz isso, eis a mensagem:


Não basta querer alcançar todos os seus objetivos mundanos, muitos se socorrem a analistas, psiquiatras, psicólogos a qualquer sinal de consternação, de frustrações. O prêmio das suas ações vem exclusivamente de ti. Não adianta querer chorar pelo leite derramado, a Ordem sabe o que faz. Siga o seu caminho, esbarre-se com pedras, obstáculos, digira tudo isso e aprenda. Nós não estamos aqui para ficar atendendo telefonemas e só isso. Busque a Paz, meus amados. 
“Namastê”.


Amei a mensagem que saiu para mim. Vou devorar esse livro. Parece que a minha Mestra se inspirou em mim, pois tudo se encaixa! Inacreditável! Simone pegou o livro da minha mão sem pedir e também abriu uma das páginas para ler uma das mensagens. Em poucos segundos notei a sua fisionomia mudar seguido de um sorriso, para depois insistir para que Kika também pegasse uma mensagem ao acaso. Obedecendo a Simone, Kika fez o mesmo que nós, mas a sua expressão não denotou nenhuma mudança. Então, num gesto rápido fechou o livro e devolveu para mim.




Tentamos tomar água num bebedor péssimo que mal saía qualquer líquido. Desistimos, mas Kika se prontificou em comprar latinhas de refrigerantes para nós na lanchonete que fica lá embaixo, do lado da entrada do Centro Cultural, enquanto, eu e a Simone começamos a andar pelo salão onde uma exposição de pinturas de artistas locais estava exposta. Sinceramente não gostei de nenhuma delas.

Kika retornou com os refrigerantes e de tanta sede que eu e Simone estávamos, tomamos tudo de uma vez. E sem que pudéssemos perceber, o fiel servidor da Mestra, Arnoldo, um sujeito baixo, meio calvo, apareceu pela porta do auditório, bateu as palmas das mãos e anunciou que Indianira Santhi Ma já estava pronta para iniciar a segunda parte da palestra. Fiquei extremamente feliz com isso.

Namaste! 

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